Atravessando a linha de pedras vejo os pássaros que rodopiam, parecem confusos. Meu peito está gritando por coisas que nem ao menos conhece, pergunto-me o que ele almeja. Estou como os pássaros, dando voltas em círculos, rodopiando no vazio, mergulhando no nada.
Entre os paralelepípedos as gotas de passado vão se fincando, quando caem não há quem as abrace. É assim a nossa vida e o meu passado vou deixando ao me arrastar por esta rota incerta onde tento colher um giro antigo.
Mais uma gota; ela mostra um rosto lavado, um sorriso amplo. Quase posso tocar, porém ela escorre rápido entre os vãos.
Continuo pelas pedras, agora com os pés descalços. Quero rasgar meu caminhar, talvez as feridas deixem sentir mais facilmente as memórias esparramadas pelo chão.
