quinta-feira, 7 de abril de 2011

Prece



Hoje juntei as mãos em prece e chorei, chorei lágrimas frias que me arderam no coração mais que o veneno do desprezo tomado por mim, sentido por outros.
Se não sei o que fazer é por que nasci assim; filha do vento, irmã da solidão, herdeira do desapego.
Por favor, não me chame de cruel e não detenha seu tempo por meu tempo. Nunca pensei nos sentimentos de ninguém, as vezes fingi me importar. É verdade. 
É como aquela noite em que nos perdemos; tive medo, mas tudo deu certo [no final sempre dá tudo certo, não é?]
Realmente não quero te perder, mas parece que cada ação minha te faz sofrer mais. Vamos lá, eu já nem percebo mais quando as lágrimas me fogem, parecem tão naturais. Mas as mesmas que eu sempre carrego não combinam com seus olhos; não te farei chorar mais. Escolhi seguir a viajem sozinha, juntei minhas mãos em prece e tomei aquele velho veneno. Me odeie, mas por favor não me ame mais. Isso dói!