quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Invocação à Noite


  Ó gloriosa, que inspira os amantes
  A boémia, o crime sagaz,
  Esconde em teu ventre escuro
  O panteão dos esperançosos.

  Quero meus lábios úmidos deleitar
  Na pele de Eros em espasmos;
  Sobra dos hipócritas o acusador olhar 
  Que nada podem com os desejos. 

  Cibele provedora, por tal benção não declines
  Ao teu namorado Saturno teu farto colo
  E que de sua ganância te salvem os Curetes!

  Demora ao menos um momento a jornada de Hélios
  Para que meu corpo se anestesie, para que meus sentidos expirem
  Nos braços fortes, nos suaves gostos.

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Releitura de "Invocação à Noite - Bocage"